sexta-feira, 30 de julho de 2010

A EMPRESA DA DONA DIABA

Tal e qual uma pessoa das chamadas normais; eu vivo pagando mico por não calar na hora certa; sempre me esquecendo de vigiar o mais além das minhas possibilidades e desejos de cada momento. Quantas vezes assumimos compromissos desnecessários no “vamo que vamo” – pois, é o tal do embalo ou impulso que sempre nos ferra; mesmo que a intenção seja boa; melhor: quase boa; pois somos escafandristas de nós mesmos.

Neste momento de energias finalizadoras é importante ajustar a sintonia fina (pensamento e intenção a cada momento) tão bem colocada no vigia e ora – Ajustar como? – Analisando nossas verdadeiras intenções e as dos outros com quem assumimos compromissos.

Exemplo de dia a dia; de repente numa reunião na sua empresa, da sua igreja, da sua ONG, você tem uma idéia inovadora e que pode dar resultados positivos para o futuro da empresa (fiquemos com ela como exemplo) – Aceitam sua idéia; você dá o melhor de si; se mata de trabalhar; e depois o que ganha? – Apenas mais trabalho, mais cobranças e mesmo salário, ás vezes um tapinha nas costas ou um elogio.
- Sabe o desenrolar dessa história?
Vai se estressar; ficar com labirintite; depressivo; angustiado.
- Onde o erro; se eu dei o melhor de mim?
– Não foi erro foi burrice; pois, deu o melhor de si para quem?
– Para que alguns se aproveitem de seu potencial e trabalho e tudo continue como antes no salve-se quem puder dos interesses?
– Esse tipo de atitude não é sabedoria é falta de simancol; pois, se aprendermos a vigiar nossas intenções e as dos outros; e, além disso; deixar tudo bem explicadinho nos mínimos detalhes (contrato) todos lucram. Quando alguém lucra e o outro perde o desastre kármico é inevitável.
Não é difícil; basta que sejamos claros no falar e puros nas intenções; pois, a vida não “curte” mais os apenas bonzinhos nem os apenas mauzinhos; só, os inteligentes éticos.
Não se trata de escamotear idéias nem intenções; apenas analisar o resultado final; para não perder mais tempo nem desperdiçar oportunidades.
Como descobrir com quem estamos lidando?
Para os mais rápidos: percepção das energias; postura corporal; jeito de falar. Para os mais lerdos: pelos frutos se conhece a árvore.

Para ilustrar a importância de ficarmos calados antes de pensar bem; e deixar tudo muito bem explicadinho antes de assumir compromissos (na modernidade é ler bem as entrelinhas dos contratos); relato a vocês uma experiência de amigo meu daqueles á moda antiga que vivia em cidade do interior.

Lá na terra dele, naquela época, os homens que amargavam o estar a perigo, e mesmo os outros que não tinham esse problema, apenas queriam variar o cardápio sexual - tinha um point 24hs (mas, com clientela mais noturna) chamado “casa de tolerância”; uma quase sempre próspera empresa; ás vezes familiar; mas, quase sempre não; pois, os empreendedores e funcionárias mal se conheciam. Nem sempre a empresa era de grife.
Na cidade e região, as pessoas que ali trabalhavam eram ao mesmo tempo “toleradas” (daí o nome: casa de tolerância); mas também invejadas e odiadas pela concorrência local.
A presidenta daquele empreendimento (que meu “duro” amigo freqüentava numas escapadas diurnas) era muito inteligente e tinha todos os poderosos, do prefeito aos juízes e maiorais da grana da região, no bolso (claro que bolso é força de expressão). Era conhecida como a dona diaba (hoje há até um filme: o diabo veste Prada; mas, quase, e nem tanto a ver) – Bem. Resumindo; a mulher não era aquele mulheraço; mas, ninguém entendia mais do ramo do que ela.

Vamos ao assunto: um dia meu amigo (de dia; claro) chegou lá na empresa e perguntou a uma das recepcionistas: - Moça, a Aurora está? – Ela disse: não! – Ele foi embora. Isso se repetiu por vários dias – Claro que a dona diaba estava atenta – daí, mandou chamar meu amigo; e sem nada perguntar o levou para uma das salas de atendimento ao cliente – usou de todo seu conhecimento, técnicas conhecidas e outras que ela mesma desenvolveu – Após algum tempo de atendimento; com meu amigo extenuado – Ela lhe perguntou: E então moço! O que a Aurora faz que eu não faça? – O coitado do meu amigo quase morto; disse: - Dona; a Aurora; faz fiado!

Esta singela situação; muito comum nos paradigmas das vivências comerciais e empresariais de todos os tipos, da atualidade – serve para nos mostrar e enfatizar a necessidade de pensar antes de assinar um contrato ou até falar; é sinal de inteligência deixar tudo muito claro antes de perdermos tempo em mostrar nossas maravilhosas qualidades e habilidades; sem avaliar as possibilidades, intenções e desejos da outra parte. Quando nos comprometemos afoitamente sem deixar tudo muito claro; tudo bem combinado: preço a pagar; condições de pagamento; corremos o risco de engolir o que a presidenta teve que engolir sem reclamar.

Nosso assunto de hoje: A FALA.

Os horizontes da fala são tão desprovidos de limites.
Limitar a palavra pode parecer um cerceamento á liberdade de expressão; no entanto, não é; pois nós desconhecemos alguém que não tenha se arrependido, incontáveis vezes, de não ter permanecido calado; em também incontáveis, momentos da sua vida.
Como se costuma dizer: se arrependimento matasse, milhares de vezes teríamos morrido; pela boca...
Enquanto não aprendermos a arte da fala ou a disciplina da palavra através do raciocínio: a necessidade de desenvolver a arte de ficar calado é essencial. E isso, não é novidade; pois, a importância de calar; desde há muito tempo já é cantada em verso e prosa:
“O peixe morre pela boca”.
“Em boca fechada não entra mosquito”.
“Língua de trapo”.
“Língua solta”.

Então, qual a explicação de não termos descoberto que o silêncio, em certos momentos, pode ser um valioso amigo? Se; já passamos e continuamos vivendo tantos apuros, pagando tantos micos, por não dominarmos a arte do silêncio na hora exata e no momento oportuno.
Esse pequeno descuido nos levou a um resumido apanhado das vantagens de aprender a silenciar. São coisas singelas que estão no cotidiano de todos nós, e que se prestarmos atenção a elas; é possível substituir a sensação de arrependimento por paz e de alegria.

Lê com vagar, medita na leitura, em silêncio e se possível, torna a ler sem pressa, e quieto; para entenderes o que está posto nas entrelinhas.

Após avaliares tuas verdadeiras intenções:
Muda logo de empresa (ou de relações) ao te aprimorares; pois, quando começares a questionar com ética; poucas como as da dona diaba ter servirão...

Sem coragem ou por preguiça; curte teus sintomas:
Tontura; perda de memória; desejos de agredir ou sair correndo; enterrar-se num buraco e só acordar quando a tempestade magnética em andamento acabar; dores pelo corpo; tendinite; obesidade; diabetes; opressão no peito; alergias...

Claro que tudo aqui abordado é ao mesmo tempo relativo e definitivo; mas algumas regras de ética cósmica são atemporais no conceito tempo, espaço.

A Aurora está?
Ou será a Dona Caridade sem discernimento?