sexta-feira, 28 de outubro de 2011

CÁ ENTRE NÓS NÃO HÁ PERIGO DE CRISES POR EXCESSO DE TRABALHO




As recentes crises econômicas cada dia mais globalizadas nos mostram a falta de humanismo dos parâmetros formadores da atual sociedade voltada para o consumo, estruturada e montada na mais absoluta impessoalidade das relações humanas e no imediatismo absoluto do usa e joga fora em todos os sentidos possíveis.

Quantas pessoas nós já usamos e atiramos fora?
As relações sociais foram deslocadas e atreladas à economia de mercado de modo abrupto e centralizador; produzindo um ponto de ruptura sócio cultural, tanto individual quanto coletivo; fora de controle.
O sistema econômico criou um novo padrão de vida que violentou a visão de mundo de cada indivíduo e do próprio meio sócio cultural em que ele nasceu e foi criado, gerando de maneira rápida, para os antigos padrões, um sem número de indivíduos: deslocados, estressados, agressivos, psicóticos, maníacos, obsessivos, depressivos, em pânico e com incrível potencial para a violência e o suicídio de todos os tipos.

Essa abrupta transformação é bem representada pela ruptura cultural da sociedade Japonesa da atualidade que perdeu, de súbito, seu ponto de equilíbrio, sua identidade e, cujo sistema empresarial já foi ou ainda é apontado por muitos “experts” como modelo a ser seguido, tanto que a maioria das sociedades mais pobres a invejam e almejam tornarem-se uma nova sociedade Japonesa; sem questionar se estão preparados para avaliar e discernir, se há algum benefício num rompimento tão drástico da visão de mundo de um povo, circunstancial, forçado e imposto por valores externos, e, se vale realmente o risco de conviver com as inevitáveis crises de depressão individuais e coletivas, e inclusive com suicídios até infantis motivados pela cobrança exagerada e precoce de resultados para atender expectativas.
Rupturas ocasionadas pela abrupta perda de identidade de valores, como os expressos pelo sentimento de culpa gerado até pela morte de bichinhos virtuais. Observar, essas crianças e jovens usando drogas anticonvulsivantes para poderem jogar determinados games ou para assistir a desenhos animados, agressivos, desencadeadores de pânico, levará alguns indivíduos a pensar melhor, e a se reposicionar quanto aos valores a serem mantidos ou modificados. Além disso, o risco para outras culturas é maior; pois falta á maioria a disciplina milenar conquistada pela cultura japonesa; o que limita a violência.
É um sinal de alarme para as sociedades emergentes no cenário econômico mundial, esse ponto de ruptura entre a antiga e ortodoxa sociedade Japonesa e a aderência abrupta ao sistema de capitalismo selvagem que provocou uma crise de identidade pessoal e coletiva que começa a mostrar seus efeitos. A sociedade Japonesa é um exemplo, mas é contagiosa.

Desse mal não morremos; pois cá entre nós temos um antídoto: “não estar nem aí” – exemplo, nesta semana onde se comemora mais uma vez o culto á santa emenda: hoje é dia do funcionário público e muitas prefeituras e outros prestadores de serviço público vão dar aquela santa emendada básica: param de trabalhar hoje e só retornam na próxima quinta feira – para comemorar o dia dos mortos com muita disposição e bom humor.

Somos bem humanistas e religiosos: cá entre nós a cultura da santa emenda é intocável e nos livra de todas as crises; pois ninguém é de ferro.

Amém.

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