sábado, 1 de maio de 2010

CONCEITUAÇÃO DE QUALIDADE PROFISSIONAL – parte 1

Na vida atual tanto se fala em qualidade de vida e outros tipos de qualidades; dentre elas: a profissional.

Mas:

Será possível definir qualidade?

A etimologia do conceito qualidade nos afirma: ser propriedade, atributo ou condição das coisas ou das pessoas capaz de distingui-las umas das outras, e de lhes determinar a natureza.
Ou numa escala de valores, qualidade que permite avaliar e, conseqüentemente, aprovar, aceitar ou recusar qualquer coisa.
Ou ainda: aspecto sensível, e que não pode ser medido, das coisas. Inúmeras vezes também o conceito qualidade, interpenetra-se, funde-se, é usado como sinônimo para expressar conceitos, tais como: qualificação, qualificado, qualificador e qualificativo.

Depende do agente qualificador

Olha a responsabilidade de um profissional de RH!
Em certas circunstâncias de vida; ele se torna um deus da vida ou da morte com mais responsabilidades de gerar vida ou matar – mais até do que a maioria dos profissionais de saúde; tamanha a importância que o trabalho tem na vida pós-moderna.

A avaliação de qualidade depende do agente qualificador e da natureza da qualidade enfocada.
A qualidade pode ser concreta, mensurável, segundo padrões pré-estabelecidos, como são os conceitos de padrão ISO ou abstrata, interpretativa.
Seja ela interpretada de forma racional ou emocional pelo agente qualificador. Além disso, depende da qualificação de quem avalia. Depende ainda de conceitos como: tempo e espaço, além de expectativas a serem satisfeitas.
É impossível separar a qualidade do agente qualificador das condições do avaliado. Felizes os que já desenvolveram um feeling cada vê mais necessitado de ética.

Padronização

Conceitualmente, cria-se uma padronização para definir um padrão de qualidade.
Quando afirmamos que algo ou alguém tem um padrão de qualidade superior ou inferior, necessitamos de um referencial de qualidade, na maioria das vezes convencionado.
Desse modo, um produto ou serviço com a mesma qualidade, numa mesma situação de tempo e espaço, pode ser avaliado e julgado de forma diferente, dependendo do agente qualificador, pois a avaliação depende de sua visão de mundo (experiência, idade, sexo, educação e formação diferenciada).

Subjetividade

A subjetividade do conceito de qualidade sofre também a intervenção emocional do agente qualificador. Por exemplo, um indivíduo momentaneamente, de mal consigo mesmo, encontra-se em estado de irritabilidade, comendo num restaurante onde já comeu outras vezes, considerado como de bom padrão de qualidade. Naquele dia, pode sentir-se incomodado por um garçom extremamente solícito e, sua irritação o leva a interpretar a atitude do profissional naquele momento, como inconveniente e inadequada, sentindo-se na ocasião mal atendido; daí, ele pode estender seu mau humor à apreciação da refeição – e, o pior: propagar aos outros sua péssima qualidade de consumidor (assunto muito legal para futuros bate papo). Qual é meu padrão de qualidade de consumidor?
Quando você vota num político; o que espera dele? Que ele te represente? – O pior é que estamos sendo muito bem representados como individualidade; e como coletivo.
A qualidade musical expressa como nenhuma outra o padrão de evolução das pessoas – mas, no fundo tudo é questão de sintonia.

O profissional de RH vai precisar desenvolver cada vez mais a sintonia fina; e não a grosseira das padronizações dos velhos testes psicológicos.

A necessidade faz a qualidade

Inserido no mecanismo subjetivo interpretativo, muitas vezes, a necessidade faz a qualidade. Isso deixa claro que a qualidade também está sujeita á lei da relatividade.

E, usando do mesmo exemplo alimentar; observamos muitas vezes, que a fome transforma alimentos triviais em verdadeiros manjares dos deuses, como normalmente ocorre numa pescaria, num acampamento, etc.

A expectativa de qualidade

Depende das qualificações anteriores do indivíduo ou do objeto analisado. Assim, pais de vários filhos, esperam notas de desempenho escolar concordantes com as qualificações de desempenho e possibilidades individuais pré-determinadas. Para um determinado filho, determinada nota é considerada baixa, já para outro a mesma nota é considerada de boa qualidade.
Além disso, em virtude da pobreza de auto-conhecimento e auto-percepção costumamos esperar dos outros um padrão de qualidade diferente do que esperamos para nós mesmos.

Do que depende o padrão de qualidade

O padrão de qualidade superior ou inferior depende da situação, e é individual.
Algumas variáveis necessitam ser avaliadas.
O que está sendo qualificado? Quem é o qualificador? Que normas ou critérios estão sendo usados? Onde e quando está ocorrendo a qualificação? Que exigências e expectativas precisam ser satisfeitas?
Para alguns cidadãos muito escolarizados alguns representantes seus eleitos são imbecis; mas, para outros são salvadores da pátria.

Quem pode ou deve julgar

Como a avaliação de qualidade implica em julgamento ou em escolha, e é da lei da evolução que devemos escolher sempre. Todos nós devemos e julgamos ou escolhemos o tempo todo para progredir; tudo com o que interagimos tem um padrão de qualidade, momentânea, para nós, e também costumamos manifestar aos outros nossa opinião, mesmo que ela seja subjetiva e determinada pela situação. Quando a mesma atende nossas expectativas do momento é rotulada como “boa”, quando não, é rotulada como “má”. Portanto, como disse o mestre: Da mesma forma que julgardes; serás julgado - nossas exigências e expectativas são importantes quando julgamos (avaliamos para aprender) a qualidade num determinado instante e numa determinada situação.

Mais adequadamente, deveríamos substituir o conceito de julgamento crítico, pelo conceito de executar determinada escolha, visando atingir nossos objetivos mais éticos do momento.
O julgamento/aprendizado é um fato educativo.
Educação é o conjunto de hábitos adquiridos.
Educação traz conhecimento.
Conhecimento traz consigo responsabilidades...
Daí, nós concluímos que: devemos julgar ou escolher com responsabilidade.

Até o próximo bloco – caso não haja dúvidas.

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